quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Minha Mãe Sempre Dizia...

Resenha: Forrest Gump: O Contador de Histórias, de Robert Remeckis

"...É engraçado o que um jovem consegue se lembrar. Eu não lembro de quanto nasci, do que ganhei em meu primeiro natal, nem de quando fiz meu primeiro piquenique; mas eu lembro da primeira vez que ouvi a voz mais doce do mundo, e eu nunca tinha visto nada mais belo na minha vida. Ela se parecia com um anjo."

Lembro-me de que, quando eu tinha aproximadamente nove anos de idade, havia um professor que sempre fazia com que assistíssemos a este filme. Por algum motivo, nós tínhamos dificuldade de parar quietos, e por um outro motivo (talvez) nós nunca o terminamos. Mas de qualquer forma hoje lembrei dele, e o assisti até o fim, e descobri um novo filme favorito!

Forrest Gump conta sua própria história enquanto espera um ônibus. É uma das histórias mais curiosas que já ouvi porque Forrest tem certos problemas de QI e trata tudo com uma ingenuidade tão grande que chega a ser bonito. Com seus quarenta anos de vida, narra fatos como a guerra do Vietnã e a morte de Kennedy, sem nunca esquecer seu amor de infância, Jenny.
Aposto que se vocês observarem a sinopse assim não se sentirão tão interessados, mas quando forem assistir ao filme poderão ver que é muito mais que isso! Forrest está sempre cercado de muitos outros personagens fantásticos - eu só vi algo parecido quando assisti O Curioso Caso de Benjamin Button (que, por sua vez, é um dos meus filmes favoritos também).

Minha parte favorita da história é a ingenuidade do personagem que a está contando. Ele faz com que tudo pareça tão puro, bonito e fácil, e a visão que ele tem de Jenny (seu amor), me fez lembrar de que se eu tivesse alguém que me visse desta forma - como Gump vê Jenny - eu não precisaria de mais nada no mundo. Acho que todos deviam se sentir amados assim pelo menos uma vez na vida.
Também há outra coisa na qual fiquei vidrada: a soundtrack! Há canções de Elvis, (e ele mesmo tem sua aparição no filme!). As músicas são o máximo.

Recomendo muito que assistam ao filme, mas se quiserem seguir meu conselho, esperem por um momento onde as coisas estiverem calmas. Talvez vocês entendam o motivo quando terminarem. 
Eu adoraria saber o que vocês acharam dele caso assistam, então o box de comentários está logo abaixo...

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Era um Anjo

Resenha: O Menino do Dedo Verde, de Maurice Druon

"De vez em quando surge um cavalheiro que revela um pedaço do desconhecido. Começam por lhe rir na cara. Algumas vezes levam-no para a cadeia, porque ele perturba toda a ordem. Mais tarde, quando descobrem que tinha razão e já está morto, erguem-lhe uma estátua. É o que eles chamam de gênio."

A primeira vez que vi este livro ele estava nas mãos de uma pessoa que admiro muito. Ela é uma das pessoas mais calmas que conheço neste mundo, e dava palestras mais calmas ainda na escola onde cursei meu ensino fundamental. Acho que livros favoritos dizem muito sobre as pessoas, e pelo visto ela estava gostando de ler este, por isso o procurei agora.

'O Menino do Dedo Verde' na verdade se chama Tistu e tem oito anos de idade. É enviado à escola por sua mãe, que até então o ensinava em casa, por conta própria. Mas acontece algo inesperado: o menino dorme assim que ouve a voz do professor. Por esta razão seu pai decide fazê-lo aprender os assuntos que vão lhe servir na a vida. Durante seu primeiro aprendizado com o jardineiro Sr. Bigode, Tistu descobre que tem o polegar verde! As flores crescem quase imediatamente quando ele toca o polegar em qualquer superfície, e ele aprende a usar esta espécie de poder para ajudar quem precisa de felicidade.
O que ocorre com esta estória é que, como em O Pequeno Príncipe, ela nos narra muito encontros de personagens. Cada personagem tem algo muito importante a dizer, e também sua própria maneira de fazê-lo. Sendo assim, não é só Tistu que aprende: nós leitores aprendemos com ele.

Meus personagens favoritos são o Sr. Bigode e também o pônei Ginástico. Sr. Bigode mostrou sua personalidade logo no início, mas Ginástico foi misterioso e demorou um pouco mais, acho que foi por isso que gostei tanto dele (também foi por causa do nome engraçado).
Outro dos pontos que se destacaram para mim foram os pensamentos e frases muito bonitos. Eles dizem coisas simples e nos mostram quanto perdemos tentando pensar em algo muito complicado, quando na verdade a solução estava diante de nossos olhos.

Acho que crianças e adultos terão uma visão diferente do livro se resolverem lê-lo, mas acredito que se torne interessante para ambos. Além do mais, a narrativa é absolutamente fácil, então leiam assim que encontrarem!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Sei Que é Maluquice

O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger

"Não devíamos contar nada a ninguém. Quando contamos, começamos a sentir falta de todo mundo."

Um amigo muito querido me contou em um dia difícil que este foi seu livro favorito na adolescência. Já o havia visto outras vezes, inclusive no livro que marcou a minha adolescência. Contei a ele sobre isso, e o amigo emprestou-me seu próprio exemplar, com suas próprias anotações e suas próprias marcas. Achei isso algo fantástico porque imaginei que quando eu estiver mais velha poderei emprestar meus livros. Contar a outras pessoas que eles eram meus favoritos e fazê-las se sentirem melhor. Livros levam muitas histórias além daquelas que neles foram impressas.

Mas, ignorando as outras histórias momentaneamente, a que foi impressa neste aqui conta sobre um jovem chamado Holden, que vem de Nova Iorque. Holden não tem um bom histórico escolar. Foi expulso mais de uma vez, e agora, novamente. Por isso o rapaz decide voltar para casa mais cedo, e passa um final de semana vagando pelas ruas, procurando pessoas que para ele foram importantes, pensando melhor sobre si mesmo e o comportamento dos que o cercam.

Holden é alguém muito interessante. De verdade. Nunca vi um personagem como Holden antes, e já li muitos outros livros por aí. Outro personagem que me cativou foi o Professor Antolini. Às vezes encontramos estes professores que ouvem e entendem melhor do que qualquer pai ou amigo.
Uma das coisas que mais gosto de estudar é o comportamento humano, e, em suma, é sobre isso que o livro fala. O personagem principal simplesmente se cansa de tudo. Acha que o fim chegou e o sentimento de confusão é algo sempre presente. Isso não te parece familiar?

Preciso confessar, porém, que além de Holden não houve nada atrativo. Nada me fez sentir curiosa ou com vontade de ler tudo de uma vez. Então me dei conta de que meu livro favorito também não conta nada assim. Só sobre uma mente agitada. O que acontece ali é que vemos a nós mesmos alguns anos, ou meses, ou semanas antes. Nós fazemos a história tornar-se especial.

Ps:. Como podem ver, não tenho muito a dizer por aqui. O que tenho em mente é difícil explicar, como acontece na maioria das vezes, mas bem lá no fundo O Apanhador no Campo de Centeio me fez sentir melhor. Me fez ver que não sou (ou era) a única confusa neste mundo. Que todos temos aqueles momentos onde caímos sem parar, e parecemos nunca tocar no chão. É... união. Foi disso que mais gostei.