sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Galante Tyson

Minha Opinião Sobre: Adaptação Cinematográfica de O Mar De Monstros

Aviso: Pode conter spoilers.
Não posso dizer que fiquei realmente satisfeita sobre a adaptação de O Ladrão De Raios, mas mesmo assim adentrei a sala de cinema esperançosa para assistir O Mar De Monstros. Foi triste e no mínimo decepcionante saber que tudo isso foi em vão. 

Sobre os personagens que mais chamaram a minha atenção de maneira negativa: primeiro sobre Clarisse. Não posso ficar aborrecida porque a atriz contratada para o papel não condiz com minha imaginação, mas convenhamos... A personagem é bem mal educada no livro, e possui uma linguagem corporal (além de uma aparência) bastante masculinas. Já a Clarisse do filme... eu acabei gostando dela! Da personalidade dela. E vocês devem concordar comigo quando digo que Leven Rambin não é nada masculina. Foi a primeira coisa que notei. Agora Tyson... Meu cérebro ainda tenta processar o que diabos foi isso. O diretor achou que uma peruca boba e umas roupas rasgadas fossem disfarçar aquele rosto magnífico? Que eu não ia perceber aqueles dentinhos perfeitamente alinhados? Não. Absolutamente não. Quanto ao olho, achei que no filme pareceu bem menos flutuante do que nos trailers, e não tive a sensação de que ele cairia a qualquer momento... Mas isso não justifica nada. E ponto final. 
Hermes. Mas que droga foi esta? Imaginei meu copo voando para a tela junto com meus sapatos no momento em que ele apareceu. Por favor... Depois de tudo isso, acredito que não preciso falar sobre Grover, já que sua personalidade no filme, apesar de nada fiel, é bastante divertida.

Agora, sobre os personagens que chamaram a minha atenção de maneira positiva: notei as mudanças em Annabeth, e acho que elas foram bastante significativas levando em consideração que agora ela está realmente loura (não como imagino que a personagem do livro seja, mas loura). Também adorei Thalia! Acho que bem lá no fundo imaginei ela exatamente desta forma. Os cabelos, os olhos e o figurino. Achei tudo absolutamente incrível, mas a frase dita por ela no final não causou tanto impacto quando eu esperava.

Também fiquei um pouquinho decepcionada porque a ilha das sereias e o spa dos hamsters não apareceram. Fiquei curiosa sobre como as sereias seriam representadas, e achei aqueles hamsters um tanto quanto cômicos. A relação entre Tyson e Percy também ficou um pouco sem sentido para os fãs dos filmes, ao meu ver, pois os dois são muito mais que isso. Muito mesmo.
A parte que mais gostei, como esperava ao ver o trailer, foi a dos cavalinhos nadadores. Está certo que foi só um cavalo, mas tudo bem na minha mente, pois ele era magnífico e foi a parte mais mágica de todas!
Vi certas reclamações sobre a animação mostrada na parte do Oráculo, comparando-a com a estória dos Três Irmãos, de Harry Potter, mas achei que tudo ficou muito bonito, já que ela foi visivelmente inspirada em pinturas gregas e a série em questão é baseada principalmente em sua mitologia. 

Apesar de algumas pequenas melhorias, achei que os diretores estão confundindo bastante as coisas, e que os livros foram misturados, piorando ainda mais a situação. Minha opinião continua fixa naquela coisa de que a base é a mesma, mas tudo foi modificado no início e provavelmente continuará assim até o fim. Felizmente os filmes são muito bons também, se não comparados aos livros, e admito desejar ir às outras estreias se futuras adaptações forem lançadas. 
Ps:. Adorarei ler opiniões de outras pessoas, então, se quiserem, podem visitar o box de comentários logo a baixo! 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sempre Tem Um Jeito

Resenha: Desventuras Em Série - Livro 1 (Mau Começo), de Lemony Snicket

"Não sei se você já percebeu isso, mas a primeira impressão costuma ser completamente... Errada."

Depois de ver algumas imagens dos filmes na internet, decidi começar a leitura desta série de 13 livros, chamada Desventuras Em Série (A Series of Unfortunate Events) escrita por Daniel Handler e publicada pelo pseudônimo Lemony Snicket. 

O primeiro livro da série, chamado Mau Começo, apresenta os personagens principais da trama e conta sobre os irmãos Baudelaire e de como os três saíram da casa dos pais, falecidos em um incêndio dentro de sua enorme mansão. A família é muito rica, porém, nenhuma das crianças pode tocar no dinheiro enquanto a irmã mais velha, Violet, não atingir a maturidade. 
Nisso entra o Conde Olaf, que torna-se responsável pelos órfãos (como ele mesmo gosta de chamá-los). Louco pela fortuna (ou futura fortuna?) dos Baudelaire, Olaf planeja um futuro horrível para os mesmos, hospedados em sua casa imunda e sem nenhum conforto.
Violet é minha personagem favorita por sua coragem e determinação ao proteger os irmãos mais novos, levando em conta que eu faria exatamente o mesmo para proteger meu próprio irmão mais novo caso algo semelhante nos acontecesse. Violet é inteligente e adora criar coisas.

O que mais gostei do livro é sua forma de narração, pois apesar de contar sobre coisas muitas vezes tristes e horríveis de se dizer ele continua sendo agradável e engraçado em diversos pontos. É uma leitura muito fluente, e a obra em questão é bastante curta. Acho que qualquer criança adoraria e leria tudo sem problemas (principalmente porque o autor sempre diz o que uma palavra difícil significa entre parênteses logo depois de usá-la), e um adulto aproveitaria tudo igualmente - talvez percebendo aqueles detalhes que o olhar infantil não alcança, mas ainda aproveitando.
O que menos gostei foi algo que eu mesma fiz: ter começado a ler a série tão tarde. Deveria mesmo ter começado isso antes, mas não vou desistir por aqui e lerei tudinho!

Uma adaptação foi lançada no cinema em Dezembro de 2004, e retrata os acontecimentos dos três primeiros livros (Mau Começo, A Sala Dos Répteis e O Lago Das Sanguessugas). Ainda não tenho opiniões significativas sobre ele, pois não vi nada além de fotos. Sobre elas, posso dizer que achei os figurinos absolutamente incríveis, e os cenários maravilhosos! Quanto aos personagens, Violet está um pouquinho mais parecida com o que eu imaginei do que Klaus (cadê os óculos?), e o Conde Olaf é quem mais se assemelha com meus pensamentos.

Pelo que observei até agora, indico o primeiro livro para crianças de até 13 anos, mas acredito que conforme o tempo for passando, e os Baudelaire forem crescendo, as coisas ficarão mais interessantes para pessoas mais velhas.
Lembrem-se de que esta é minha opinião sobre o primeiro (e apenas o primeiro) livro da série. Atualizarei as resenhas com minhas opiniões futuras.

sábado, 24 de agosto de 2013

Preste Atenção Nos Sinais

Resenha: O Lado Bom Da Vida, de Matthew Quick

"O mundo quebrará seu coração de dez maneiras diferentes, isso é uma certeza. E não posso começar a explicar isso ou a loucura dentro de mim ou a dos outros, mas adivinhe? Penso em tudo que todos fizeram por mim, e me sinto um cara realmente sortudo."


Confesso não me sentir muito atraída por livros que não envolvem uma boa dose de fantasia ou criaturas mágicas, e confesso, também, que costumo parar de ler um livro quando ele diz muitos palavrões ou algo, mas não fiz isso desta vez, pois tive compaixão com Pat, e estou muito agradecida por isso.

O Lado Bom da Vida conta sobre sobre Patrick (ou Pat, ou Patty), e é narrado por ele mesmo a partir do momento em que sai do lugar ruim, que é uma clínica psiquiátrica onde ficou internado depois de uma situação da qual não lembra. Tudo que Pat faz após voltar para sua casa é para Nikki, que já foi sua mulher. Segundo Pat, os dois estão apenas passando um tempo separados, e ele espera o tempo todo que este período termine, para que possa mostrar como é um homem melhor, como perdeu peso e como mantém uma vida saudável. Uma coisa sobre Patrick é que ele é viciado em exercícios físicos. Sente que precisa fazê-los sempre, para voltar ao que ele era antes de se tornar um marido ruim. Durante esta jornada, Patty conhece Tiffany, que é irmã da esposa de seu melhor amigo, e os dois passam a construir uma amizade completamente louca e fora do normal.
Meu personagem favorito não está entre os principais, mas ele é o Danny, que estava na mesma clínica psiquiátrica onde Patrick ficou, e era um de seus melhores amigos. Ele não aparece muito, mas quando aparece faz bastante diferença, e também é muito engraçado. Também adoro a invasão asiática nos jogos de futebol, e o terapeuta Dr. Patel, que são amigos maravilhosos.

O que mais gostei no livro foi sua narração, pois Pat é alguém muito inocente em certos sentidos, e ela me lembrou um pouco as cartas de Charlie, do livro As Vantagens de Ser Invisível (que é um de meus livros favoritos de todos os tempos). Também gostei de como as peças foram encaixadas para que chegássemos ao final de tudo, e solucionássemos o quebra-cabeça do personagem principal.
O que menos gostei, e que me irritou de verdade, foi que Patty é tão obcecado por Nikki que, mesmo que a personagem não apareça realmente (apenas através do olhar e das lembranças dele) a estória gira em torno dela. Tudo é sobre Nikki, e tudo é para Nikki, e isso é tão ruim para ele mesmo! Também não gostei muito da narração exagerada dos jogos. Fica claro que Pat e seu pai e todo o resto da população são apaixonados por isso, mas acho que os resultados seriam suficientes para mim.

O filme foi adaptado para o cinema ainda em 2013, e também achei muito bonito, mas não achei que fosse nada fiel ao livro. Claro que os nomes dos personagens são os mesmos, que tudo tem o mesmo núcleo, mas as personalidades de todos são muito diferentes, e isso me magoou de verdade, pois como eu disse, gostava de como era o Patrick do livro. Não posso negar que é algo muito bonito, e que me deixou um pouquinho mais emocionada que o próprio livro, mas eles não deveriam ser tratados como coisas que pertencem ao mesmo lugar. Devemos separá-los. 

A leitura é bastante simples, e podemos encontrar muitos palavrões (muitos mesmo), é um livro divertido de se ler nas férias, e me ajudou com a visão que eu tinha sobre mudar e me tornar uma pessoa melhor. Está me ajudando a fazer isso, e esta é a minha coisa preferida nele.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Alegres, Inocentes e Sem Coração

Resenha: Peter Pan e Wendy, de J. M. Barrie

"Ela lhe contou histórias, ele a ensinou a voar. Amavam-se, mas ele não queria crescer."

Há alguns dias gostaria de escrever sobre este livro tão trágico e bonito ao mesmo tempo, que é Peter Pan. Uma leitura fantástica que faz com que nos capturemos pensando em passar algumas temporadas na Terra Do Nunca, onde vivem sereias, fadas e piratas.

Peter Pan e Wendy conta a estória de um garoto que nunca, nunca cresce. Certa noite, avistou pela janela de uma das ruas de Londres, Wendy, a filha mais velha da família Darling. Wendy costumava contar estórias e contos de fadas aos irmãos mais novos. Num descuido, Peter deixa que sua sombra fique presa no quarto dos irmãos Darling, e volta para buscá-la, despertando a garota que é convencida a viajar com o estranho menino flutuante até a Terra Do Nunca, levando consigo seus irmãos.
Lá, as crianças viverão a maior aventura de suas vidas, lutando com o pavoroso Capitão Gancho e sua tripulação de piratas ao lado dos Meninos Perdidos.

Wendy é minha personagem favorita por uma série de razões. Primeiro porque também senti (e ainda sinto) dificuldades para crescer, mas, apesar disso, tenho consciência o suficiente para saber que tenho de fazê-lo. Segundo porque, acho que se eu mesma fosse à Terra Do Nunca, mesmo com Peter e todos os atrativos impressionantes, voltaria para casa, e Wendy sempre manteve isso em mente, nunca esquecendo dos pais ou de suas origens.
Também adoro Peter, pois ele é engraçado como ninguém com seu orgulho e amor próprio. Houve uma parte onde Wendy disse que algo era lindo e ele, pensando ser um elogio, admitiu: "Eu sou lindo! Eu sou lindo!". Só não gosto muito de Peter porque ele esquece de tudo tão rápido... 

O que mais gostei no livro são as coisas que Barrie escreveu sobre as mães, sobre a estória dos abajures e também sobre como surgem os Meninos Perdidos - quando bebês caem do carrinho e não são procurados em uma semana se tornam Meninos Perdidos (não há meninas perdidas, pois elas são muito espertas para caírem de seus carrinhos).
O que menos gostei foi da colocação que o livro faz sobre as esposas. Que devem cuidar de crianças, preparar comida e serem servas fiéis de seus maridos... Está certo que ele foi escrito há cem anos, mas não preciso adorar isto, certo?

O livro foi adaptado ao cinema duas vezes, e a minha versão favorita é a lançada em 2003 (não a da Disney, mas aquela com pessoas "reais" interpretando os personagens), acho que ele se tornou um de meus filmes favoritos! Achei que Peter pareceu muito mais atraente e gentil com Wendy nesta versão, e é mágico como, mesmo em duas horas, podemos sentir o amor que um tem pelo outro. Amor entre quase-crianças... Será que pode existir algo mais sincero? Arrisco em dizer, até, que preferi este final ao do livro...

Acho que Peter Pan fala de coisas que apenas adultos interpretarão da forma como eles costumam fazer, e coisas que apenas crianças entenderão, porque, bem... ela são crianças. Elas são alegres, inocentes e sem coração. Recomendo sua leitura, pois, mesmo que você nunca tenha estado lá (será mesmo?), você realmente lembrará deste lugar. Lembrará de Peter, e Wendy, e dos Meninos Perdidos.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Que Tal Um Beijo?

Resenha: A Menina Que Roubava Livros, de Markus Zusak

"Talvez esse seja um castigo justo para aqueles que não possuem coração: só perceber isso quando não pode mais voltar atrás."


Este livro me foi recomendado há algum tempo atrás (anos atrás, para ser precisa), mas nunca havia me interessado realmente nele. Enquanto passeava por meu Facebook percebi uma foto de uma floresta coberta de neve, onde diversas pessoas comentaram coisas como "Lembrei de A Menina Que Roubava Livros!". Então me lembrei dele, e comecei minha leitura. Agora cá estou para recomendá-lo ao próximo que não se assustar com livros longos (para falar a verdade, nem é tão longo assim).

Em A Menina Que Roubava Livros temos uma narradora um tanto quanto ilustre, que é a própria Morte, - não se espantem, ela é totalmente diferente do que você acabou de pensar. A Morte conta sobre uma garotinha de aproximadamente 10 anos e seus próximos quatro anos vivendo na rua Himmel (cidade de Molching), na Alemanha nazista. Depois de ver seu irmão mais novo falecer a caminho da nova casa e ser deixada pela mãe sob os cuidados de uma dona de casa chamada Rosa e um pintor chamado Hans, Liesel aprende a ler e escrever com o pai de criação, enxergando novos horizontes e novos universos para onde pode escapar. Na estória também há outros personagens como Rudy, seu melhor amigo de cabelos cor de limão (e que sempre pedia beijos) e Max, um judeu que Hans e Rosa abrigam em seu porão.
Preciso dizer que Rosa e Hans lembraram, em parte, meus próprios pais, Rudy me lembrou um amigo e Max me lembrou um conhecido e o que eu penso que ele defende na vida. Todos os personagens tem seu lugar especial, pois este é um daqueles livros onde você consegue ter um retrato detalhado da maioria deles, e não só dos principais (como tem acontecido com a maioria dos livros que tenho lido ultimamente). Acho que fico com Hans como meu favorito, pois, como disse, ele me lembra meu pai, e é muito compreensivo com Liesel quando Rosa não consegue entendê-la. Não sei o que há nele de tão especial, mas isso está lá.

O que mais me surpreendeu durante a leitura foi que, ao contrário do que eu esperava, o livro não foca somente na vida que levavam os Alemães durante o movimento nazista, mas na convivência que Liesel tinha com a própria família, com os amigos e, é claro, com os livros.
Esta obra me deu outra visão sobre o nazismo. Às vezes, pela força do hábito e pelo que me foi ensinado nas aulas de História, eu costumava tratar os Alemães como inimigos. Inimigos, assassinos, traidores... Tudo que, na verdade, Hittler foi, ou fez com que algumas das pessoas fossem. Notei que estes pobres patriotas não tiveram outra escolha a não ser, e que nem sempre eram a favor do nazismo - muito pelo contrário. Também pude ver como era a vida que um Judeu levava, ou que pensava que devia levar. Isso com certeza me virá à cabeça quando alguém falar sobre Führer.
Uma das coisas que mais me marcou durante a leitura foi um desenho do livreto de Max, onde estava uma montanha de corpos com Hittler sobre ela, segurando pela mão uma garotinha e dizendo "É um belo dia, não?". Mudou minha visão mais do que qualquer aula que tive até hoje.

Uma adaptação do livro será laçada em Janeiro de 2014, e pude ver algumas fotos das filmagens. Posso dizer, através do pouco que vi, que não estou realmente satisfeita com o elenco, e que o que imaginei foi o contrário de tudo aquilo. Só espero que os detalhes sejam poupados, e estou torcendo muito para isso. Escrevo uma nota por aqui quando assisti-lo de verdade.

Não posso falar sobre o final do livro muito detalhadamente, mas posso dizer que me surpreendeu, e que eu esperava exatamente o contrário. É uma obra, acima de tudo, muito bonita, que apresenta os personagens de uma forma que eu nunca havia visto em um livro antes (apesar disso, lembrei-me do filme O Curioso Caso De Benjamin Button, que possui uma apresentação de personagens quase tão maravilhosa quanto).
Recomendo o livro para todas as idades a partir de 13 anos, pois acredito que algumas de suas cenas, apesar de serem tratadas com extrema delicadeza pela Morte (tomara que ela pense exatamente da forma como diz o livro), ainda são muito fortes. Quanto à maneira como é escrito, é de fácil entendimento e, apesar de alguns palavrões aqui e ali, não é um livro dedicado apenas para adultos.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Docinho, Você Já Está Pronta?

Resenha: Percy Jackson e os Olimpianos - Livro 2 (O Mar De Monstros), de Rick Riordan

"E eu amparava uma pessoa destinada a ser minha melhor amiga ou, possivelmente minha pior inimiga."

Não recomendo que você leia esta resenha antes de findar a leitura do primeiro livro. 
Depois de ter me encantado com O Ladrão De Raios decidi dar continuidade à série Percy Jackson e os Olimpianos (mesmo com o inconveniente das comparações frequentes a Harry Potter). Já havia me esquecido completamente de como o livro prende nossa atenção, e acabei lendo-o na semana de provas. Aqui vai uma recomendação sobre ele: não faça como eu se não quiser ter olheiras gigantescas no dia seguinte, e nem, muito menos, se você tiver uma prova de matemática.

O Mar De Monstros conta sobre mais uma das aventuras de Percy e seus amigos. Desta vez buscando por um artefato mágico chamado Velocino De Ouro a fim de salvar o Acampamento Meio-Sangue, que está em um estado extremamente frágil depois da árvore de Thalia ter sido envenenada por alguém misterioso. O único inconveniente encontrado pelo garoto é que o Velocino se encontra em uma ilha em meio ao Mar De Monstros (mais conhecido por nós, humanos, como Triângulo Das Bermudas), onde vive um terrível Ciclope. Como se isso não bastasse, Percy ainda descobre que seu melhor amigo (e sátiro) Grover, corre risco de vida nas mãos da pavorosa criatura.
Annabeth ainda ocupa seu lugarzinho especial no meu coração - não como a Hermione, mas como uma menina inteligente e um pouquinho precoce. O que tenho para contar sobre personagens é que simplesmente adorei conhecer Tyson. Ele é um amor, e senti tanta pena dele no início do livro... Acho que nós dois nos daríamos muito bem, levando em consideração que eu também adoro pôneis!

Como no primeiro livro, os títulos dos capítulos são extremamente criativos (alguns deles também são engraçados) e a maneira com que ele foi escrito é incrível/maravilhosa/fantástica/mágica! Acho tudo isso porque, mesmo durante as batalhas, quando seus olhos estão quase transbordando e você está mordendo seus lábios, ele continua sendo engraçado, divertido e instrutivo. É maravilhoso tanto para crianças quanto para adultos e isso é o que mais me encanta em certos livros (eles não precisam de palavrões, obscenidades ou bebidas para parecerem atrativos, apenas são!).
Minhas partes favoritas são aqueles diálogos entre Grover e Polifermo! "Mas já se passaram duas semanas?" "Não! Apenas cinco dias, ainda faltam doze!"

Estava ansiosa para a pré-estréia do filme (que acontecerá no dia 13 de agosto), mas optei por assistir The Bling Ring, então só o que tenho para dizer sobre ele por enquanto é que, como na primeira adaptação, os personagens não parecem nadica de nada com os do livro, ou com o que imaginei deles. Principalmente Tyson (que cabelo forçado é aquele, e por que o olho parece estar boiando bem no meio de sua testa?). O único personagem que se parece com o que pensei é Dionísio, que será interpretado por Stanley Tucci.
Pude ver os pôneis aquáticos também, em um teaser, e eles são mais lindos do que pude imaginar! De longe este foi meu momento favorito (mas prometo postar uma notinha assim que assistir o filme de verdade). 

Levando em conta que as apresentações já foram feitas e a estória começou a se desenvolver verdadeiramente, achei que valeu muito à pena ter continuado a leitura e estou muitíssimo ansiosa para a continuação! Como já disse, é uma série para qualquer idade e gênero literário favorito, pois apesar de envolver a mitologia Grega a obra também aborda diversos outros assuntos, te prendendo até o fim.
PS:. novamente, não se esqueçam de passar longe dele na semana de provas.

domingo, 4 de agosto de 2013

Não Temos Nada Se Não Acreditamos

Resenha: As Crônicas de Nárnia - Livro 2 (O Leão, A Feiticeira e o Guarda Roupa), de C. S. Lewis

"Chorar ajuda por um tempo. Mas depois é preciso parar de chorar e tomar uma decisão."

Há tempos pensava em ler As Crônicas de Nárnia. Isso porque diz a lenda que todos os que leem este livro ficam diferentes, mesmo que seja só um pouquinho. Mesmo curtinhas, as estórias são encantadoras e tem lições importantíssimas para ensinar. Pelo pouco que sei (e observem que li apenas duas crônicas até agora) notei que esta não é uma daquelas estórias esquecidas facilmente. Como Harry Potter, ou O Senhor Dos Anéis. Podem ter certeza de que esta obra merece ser colocada ao lado de clássicos como estes na estante.

O segundo livro da série, chamado O Leão, A Feiticeira e o Guarda Roupa conta sobre quatro crianças: duas meninas e dois meninos chamados Lucia (Lucy), Susana, Pedro (Peter) e Edmundo (Edmund). Todos eles são irmãos, e vão à casa do tio até que a Segunda Guerra Mundial termine. Chegando lá, os quatro descobrem um portal mágico localizado dentro de um antigo guarda roupa, e são transportados à terra de Nárnia, onde os animais falam e são travadas batalhas entre o bem e o mal.

De todos os personagens, Edmundo é o meu favorito. Isso porque mesmo tendo um espírito individualista/egoísta - não adianta negar - ele conseguiu se focar no que era certo, e geralmente o que acontece nos livros é o contrário. 
Também tive pensamentos secretos sobre Lúcia e Tumnus. Será que quando Lúcia crescer eles poderão ficar juntos ou é contra as regras que uma humana namore um ser mágico?
Não posso esquecer, também, de comentar que associei cada uma das crianças a uma casa de Hogwarts (Harry Potter). Sim, eu costumo fazer isso com todo mundo, e não, não sou uma maluca. Podem observar por si mesmos como Lucia parece da Lufa-Lufa, Susana da Corvinal, Pedro da Grifinória e Edmundo da Sonserina. Eu disse, não disse? 
Notei que este livro se assemelha muito com uma história presente na própria Bíblia, envolvendo também a mitologia grega e nórdica. Gostei tanto da forma como Lewis criou e descreveu Aslam (Aslan)! Sempre que o leão aparece tudo fica mais calmo, bonito e agradável. Isso pode ser sentido claramente durante a leitura, o que é extraordinário.

A obra foi adaptada para o cinema em 2005. Tenho muita satisfação em contar que esta é uma das adaptações mais bonitas e fiéis que já vi! É perfeitamente possível entender todo o mundo de Nárnia, o enredo e os personagens, mesmo se o espectador em questão não tiver lido livro nenhum (mesmo assim gostaria que ele tivesse lido, mas isso não vem ao caso). Os cenários, os figurinos e a trilha sonora são muito bonito, e como bônus você ainda leva mais detalhes sobre a batalha final.

Devo lembrar-lhes de que este é um livro direcionado principalmente a crianças, então, por favor, mantenham isso em mente ao realizar a leitura antes de dizer coisas bobas por aí, sim? Isso é bom em certos momentos porque a escrita é tão leve, delicada e fácil que faz com que qualquer um consiga ler e entender tudo perfeitamente (diferente de séries como As Crônicas De Gelo e Fogo, por exemplo, que diversas pessoas abandonaram por causa da dificuldade de compreensão durante a leitura).
Duvido muito me decepcionar com qualquer um dos livros, pois enxergamos claramente que este não foi escrito por dinheiro, mas sim por amor. Aposto que qualquer leitor vai adorar, independente da idade ou gênero literário favorito. Espero, do fundo do meu coração, que leiam e gostem tanto quanto eu gostei.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Vamos Ser Nada?

Resenha: Ponte Para Terabítia, de Donna Diamond e Katherine Paterson

"Não tinha nascido com coragem, mas não tinha de morrer sem ela."

Há algum tempo queria realizar esta leitura, principalmente depois de ter terminado Duas Vidas, Dois Destinos, também de Katherine Paterson. O que me chamou a atenção sobre este livro foi uma curiosidade: Katherine dedicou-o ao filho, que havia perdido uma amiga recentemente. O que podemos ler que seja algo mais bonito que isso? Algo mais bonito que todo o amor de uma mãe voltado para um livro que seria dedicado a seu filho? 
Depois de ir a duas bibliotecas e uma livraria decidi iniciar minha leitura na internet (neste site, caso também não tenham tido a oportunidade de ler o livro físico), e foi uma das coisas mais bonitas que já vi até agora.

Ponte Para Terabítia conta sobre Jesse, principalmente. Sobre como ele tinha um relacionamento conturbado com o restante da família (quatro irmãs e seus pais) e passava por dificuldades financeiras. Jesse é muito reservado e prefere desenhar a se expressar. Ele não tem muitos amigos até o momento em que Leslie aparecesse. Leslie tem um relacionamento diferente com a própria família, além de não passar por apuros financeiros. Ela veio da cidade e é filha de escritores. A primeira impressão que o garoto teve dela foi ruim, mas a menina não desistiu e no fim eles acabaram se tornando amigos e criando um local totalmente para si, chamado Terabítia, onde conversam e lidam com os problemas cotidianos da forma mais divertida e fantástica possível.
Leslie é minha personagem favorita porque, além de muito esperta, não trata Jesse de um modo estranho apesar das grandes diferenças existente entre eles. Ela apenas entende, aceita e segue em frente. O garoto, às vezes, até pensa que não está sendo bonzinho o suficiente com a amiga.

Foram lançadas duas adaptações para o livro no cinema, e já escrevi uma resenha sobre a versão lançada em 2007 (é um dos meus filmes favoritos). Observando deste ponto, o livro me decepcionou um pouco. Isso porque o filme é um pouco mais direcionado ao público infantil, enquanto o livro fala de assuntos que, creio eu, crianças não compreendam. Vejam bem, imaginei que as coisas estariam mais claras sobre Terabítia no livro. Que a autora falasse como funcionava o reino e as criaturas com as quais deveriam lutar. Mas na verdade as únicas coisas ditas sobre isso é que Jesse é o rei, e Leslie a rainha. Eles tem um castelo com coisas que consideram preciosas e importantes. Só isso...
Talvez por esta razão eu recomende mais o filme do que o livro para as crianças. Há uma possibilidade imaginativa melhor, mais ampla.

Agora, vamos aos adultos. Jesse pode ser visto de diversas formas diferentes, e a morte também. Do ponto de vista do livro é possível analisar com mais precisão seus sentimentos e pensamentos. Como ele pensava que Leslie pertencia a ele, e a ninguém mais. Seu relacionamento com o pai e como sempre se achou grande demais para dizer qualquer coisa que o fizesse frágil diante do olhar do homem. A luta para se tornar alguém, e não só mais uma criança em meio a tantas. São sentimentos e emoções realmente fortes, sentidas por quase todas as pessoas, independente da idade.
A narrativa é muito fácil e tranquila de se ler, então além deste ser um livro curto ele dá a possibilidade de pensar em coisas com que geralmente não nos importamos rapidamente, e continuar lembrando delas mais tarde, quando menos esperamos.

Simplificando... Crianças: filme. Adultos: livro.
Ou você pode ficar com os dois, como no meu caso (estou realmente satisfeita de ter analisado uma obra tão bonita de pontos de vista diferentes). Agora fiquem com essa citação, que eu achei adorável e engraçada ao mesmo tempo:

~♥~

— Vamos ser nada?
— Nada?
— É, dizem que 'nada' dura para sempre...

~♥~