sexta-feira, 31 de maio de 2013

O Planeta Terra é Você

O Planeta Terra é Você

Humanos. Que palavra incrível. 
Somos considerados a espécie mais inteligente do planeta. Mas se você observar o que fizemos com o mundo, pensar sobre o que nos trouxe aqui, qual é a nossa missão no planeta... Talvez nós nunca saibamos.
Mesmo quando nossa única missão parece ser acabar com ele e suas espécies você já pensou que talvez o planeta não nos pertence? Mesmo assim seu cuidado está em nossas mãos.
Tudo estava aqui antes de nós, somos apenas convidados, invadindo seu território. E estamos destruindo o seu lugar. Se ele nos suportou por séculos e nos perdoou inúmeras vezes, por que continuamos ignorando a sua situação?
Temos sido sequestradores, assassinos, e ainda assim nos aceitamos como proprietários. Somos a única espécie que ataca, destrói, aniquila, contamina e extingue por ambição, ou só para viver um pouco melhor.
O mundo é seu, é nosso, é de todos nós. Mas mesmo assim, lembre-se de que o mundo também é deles, e temos que entender que eles não podem fazer nada a respeito para salvar-se, e muito menos para salvar o planeta.
A Terra está morrendo. Estamos destruindo de forma vertiginosa algo que está faminto de amor. Não lhe restaram muitas forças, e apesar de tudo ele continua nos oferecendo generosamente os melhores espetáculos do universo. O planeta tem sido o melhor anfitrião da nossa espécie.
Se nos foi dada a capacidade de falar, pensar, criar, construir e ajudar, por que nós apenas nos calamos, ignoramos, destruímos e matamos?
Abra os olhos. Você está morrendo também, junto com o seu planeta. O único planeta em nosso sistema solar onde nos foi dado o privilégio de viver.
Somos bilhões neste planeta. Somos uma raça pensante, racional, dominante, e por que não nos temos dado conta disso? Somos capazes de conquistar países, a Lua, e inclusive planetas. Mas ainda assim, não somos capazes de conquistar nossos próprios corações.
Toque o seu coração. Sinta o que ele está dizendo. Escute o que ele pede aos gritos.
Precisamos entender que devemos coexistir no mesmo planeta. Comece mudando a si mesmo, proponha-se a isso. Faça com que seus filhos conheçam e entendam, e que os mais velhos se lembrem, para que o dia em que, quando a humanidade deixar de existir e alguma outra espécie encontrar nosso planeta, ela veja que fomos uma espécie que se equivocou, que caiu. Mas que se levantou e corrigiu seus erros.
O planeta já não é mais o mesmo. E já não podemos mais esperar. Todos sabemos o que devemos fazer. O tempo é curto, e o futuro do planeta está em suas mãos.
Ajude. Ajude-o. Porque o planeta Terra é você.

Texto por Carlos Chavira.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Papel Em Chamas

Papel Em Chamas

É impossível fingir que se está lendo um livro.
Seus olhos irão traí-lo. Assim como sua respiração.
Uma pessoa fascinada por um livro simplesmente se esquece de respirar.
A casa pode pegar fogo,
O leitor só levantará os olhos quando o papel de paredes
Estiver em chamas.

O Sr. Pip, de Lloyd Jones

domingo, 26 de maio de 2013

Jacó Eu Amei, Esaú Eu Odiei

Resenha: Duas Vidas Dois Destinos, de Katherine Paterson

"Malucos considerados quietos acabam tendo uma liberdade muito maior do que a maioria das pessoas."

Eu não sei se vocês sabem, mas Katherine (a autora deste livro) também escreveu o livro que baseou um de meus filmes favoritos, chamado Ponte Para Terabítia (vocês devem conhecê-lo, certo?). Infelizmente, eu ainda não tive oportunidade de lê-lo, e o que chamou minha atenção foi a capa, muito parecida com a da outra obra da autora. Até então eu não havia me dado conta de que a Katherine era mesmo A Katherine,  e eu só fiquei como "Ei, que absurdo é este?"
Agora que eu sei disso eu meio que sei o que ela tentou fazer, e estou muito ansiosa para ter Bridge To Terabithia em minhas mãos, só para constar.

Duas Vidas, Dois Destinos ou Jacob Have I Loved é narrado por Sara Louise, irmã gêmea de Caroline. Fica muito claro, desde o início da estória, que as duas são - e sempre foram - tratadas de modos completamente diferentes. Enquanto Caroline canta como ninguém na minúscula ilha onde vivem, Louise caça caranguejos e ostras em troca de alguns pouquíssimos centavos; talvez, por esta razão, Caroline pareça muito mais bonita e adorável. 
Louise emite todo o ódio sentido pela irmã nos pensamentos transmitidos ao leitor. Não posso negar que me senti um pouquinho amedrontada quando ela disse que poderia assassinar a irmã gêmea (claro que ela se sentiu arrependida depois).

O enredo se passa nos anos 40 e, como citei anteriormente, a ilha onde todos os personagens vivem é muito pequena. Ela não é afetada pela Segunda Guerra Mundial, só por tempestades feias. Apenas os homens saem de barco por certo período de tempo, afim de pescarem, caçarem caranguejos e ostras, enquanto as mulheres ficam em casa e vão à igreja Metodista todo o domingo. 
Nenhum personagem é tão rico em conhecimento - apenas algumas poucas exceções - e foi por isso que, quando uma igreja Metodista chegou ao local, todos logo cederam e aderiram a esta religião. Isso é muito visível na avó de Louise, sempre lendo seus versículos ofensivos em alto e bom som.  
Quando Louise e seu amigo Call começam à investigar a estória de um curioso Capitão recém-chegado na ilha o rumo da história perde um pouco o foco no ódio e passa ao amor, as descobertas. Aliás, algo bastante peculiar acontece a partir daí, quando a garota se torna oficialmente uma mulher. 

A escrita da autora é fantástica e isso faz com que, mesmo que nada de muito interessante esteja acontecendo, você não solte o livro por nenhum segundo. 
Na verdade a estória não vai além da vida pacata de Louise, e de como a garota se decepcionou com coisas que aconteceram no decorrer disso. 
O ponto forte nessa simplicidade sem muitos pontos altos é que estas coisas podem acontecer com você também. O ódio, o amor, a decepção... Mas, assim como Louise, você verá que isso passa. Ela não entendia o que havia levado a mãe, uma mulher tão esperta, para o meio do mangue, afim de ser xingada de coisas nada agradáveis pela própria sogra. 
Ela também pensava que jamais sairia dali e que, já que tudo havia dado errado desde o dia em que nasceu e Deus a odiava (daí o "Jacó eu amei, Esaú eu odiei" - ela se sentia como Esaú). 
Nunca havia pensado, pobrezinha, em sair daquele lugar e ir ao Continente para ter o que chamamos de vida. Não como cantora, assim como a irmã, mas como uma médica, talvez. 

Se você resolver lê-lo espero que, assim como eu e Louise, descubra que por mais difíceis que as coisas sejam você sempre pode tentar mudá-las para melhor e ter seu cantinho no mundo. Não meça esforços para isso, todo mundo é mais!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Jardim De Margaridas

Jardim De Margaridas

Sentada em meio a uma multidão, estava uma garota. Segurava entre as mãos gélidas seus dois lápis de cor favoritos. Um dele era lilás, outro, roxo. Em seus devaneios, estava deitada em meio a um jardim gigantesco, repleto de margaridas. Para ela, margaridas eram flores muito mais bonitas do que rosas. Detestava o fato de que, fora de sua mente, as coisas não eram nem um pouco bonitas naquele dia. As paredes pareciam molhadas e o céu adquirira uma assustadora coloração esbranquiçada, assim como a neblina que não a permitia enxergar as árvores e canteiros lá fora. 
Dias assim parecem muito tristes, de qualquer forma. Principalmente quando se está sozinho com sua própria mente, e ninguém mais. Fazia frio, e o desejo de estar entre as cobertas quentes era só o que predominava. 

Quando o sol desaparecia do céu, a pele desta garota adquiria uma cor estranha. Ela era tão branca que parecia refletir o azul da chuva. Não que a chuva fosse azul, eu só pensei que azul fosse a cor certa para a chuva, como em uma pintura. 

Quando olhou-se no espelho, voltaram a lhe ocorrer certas questões. Questões que a amedrontavam e encolhiam. 
“Por que você não pode ser como a moça que viu nesta manhã? Com cabelos alinhados e pele brilhante?” perguntou-lhe seu subconsciente. “Ela não tinha um nariz muito grande, e suas mãos pareciam estar sempre quentes.” 
Agora a menina, visivelmente diminuída, perambulava os corredores escola afora. Seus cabelos não pareciam nem um pouco alinhados. Suas mãos pareciam pedras, e sua pele... Oh, sua pele. 

Por que o seu subconsciente insistia em perguntar coisas como estas, fazendo comparações? Tão perverso! E por que, às vezes, ela sentia como se não fosse tão forte assim, afinal? Isso passaria com o tempo? 

E a garota, já tão pequena, diminuía gradualmente. Como se tivesse comido o lado errado do cogumelo redondo. Isso pararia um dia? O desejo de ser como os outros? 
Ela não sabia. Mas procurar um universo alternativo parecia uma boa maneira de crescer. As coisas poderiam dar certo algumas vezes, em sua mente tão grande. E enquanto admirava as centenas de margaridas que lhe cercavam, com sua pele brilhante, bochechas coradas e mãos tão macias que passavam facilmente por pétalas da mais delicada rosa, ela sentiu que estava em paz por um pequeno instante. 

terça-feira, 21 de maio de 2013

Para Estar Com Você

Para Estar Com Você

Eu escalei essa colina, olhando tão calmamente 
Eu tive medo de tudo que enfrentei, meu caro 
Mas a esta altura, uma majestosa vista 
Inundou os céus 
E como eu pude sentir você próximo 

 Oh, eu poderia navegar o mundo 
Procurar nas águas mais escuras, mas 
Eu nunca encontraria 
Estes olhos dourados 

 Eu guardei as estrelas para iluminar onde você está 
Quando seu coração sincero me chamar através do escuro 
Encharcado no som daquela rosa no chão 
Lá eu podia sentir 
Eu senti, eu senti, eu senti você próximo 

 Oh, eu poderia navegar o mundo 
Procurar nas águas mais escuras, mas 
Eu nunca encontraria 
Estes olhos dourados 

 Oh, eu esperarei pelos mares se partirem 
Para ficar com você 

Oh, eu poderia navegar o mundo 
Procurar nas águas mais escuras 

 Oh, eu poderia navegar o mundo 
Procurar nas águas mais escuras, mas 
Eu nunca encontraria Estes olhos dourados 

To Be With You, de The Honey Trees (chequem o clipe, é tão bonito!)

Do Ron.

domingo, 19 de maio de 2013

Começa Com Uma Faísca

Resenha: Trilogia Jogos Vorazes - Livro 2 (Em Chamas), de Suzanne Colins

"Se você morrer, e eu continuar vivo, a vida acabará para mim no Distrito 12. Você é toda a minha vida." 


Não recomendo que você leia esta resenha antes de findar a leitura do primeiro livro.
Jogos Vorazes tem se tornado um daqueles livros que você não consegue soltar o dia todo até terminá-lo. Posso dizer que, assim como Harry Potter acompanhou minha infância, Hunger Games vem acompanhando minha fase atual (não vou dizer que sou uma adolescente, pois isso cria uma ideia muito ruim em minha mente, e é estranho). 
Aqui vos fala alguém que virou a noite com um livro entre as mãos, e já está agarrado à sua sequência, completamente sedento por mais. 

Em Chamas é o segundo livro da trilogia, como você já deve saber. A ideia central da obra é que o que Katniss fez na arena no livro passado foi algo letal. Tanto para ela como para todos que a cercam - incluindo Prim, Gale e Peeta neste total. O que a garota provocou nos 12 distritos foi algo quase inocentemente impensado. Rebeliões iniciam quase instantaneamente e se espalham rápido como fogo. Ninguém mais está em segurança, e o falso sentimento de alívio que a vitória da personagem principal passa em Hunger Games é totalmente dissipado. (Daí a expressão "toda a revolução começa com uma faísca").

Katniss continua ocupando meu posto de personagem favorita. Embora eu tenha demorado um pouquinho para admitir este fato, ela é, realmente, muito esperta. Em todos os pontos. Esperta e forte, como eu desejo ser. O que ocorreu desta vez foi que Finnick Odair tomou minha atenção por certo tempo. Ele é tão bonito, e é estranho dizer isso porque eu só o vi de relance em minha mente! 
Outra confissão que preciso fazer é que meu Team Gale cedeu quase que completamente. Isso porque Peeta me lembrou alguém que não deveria, e eu acabei tomando as dores deste personagem. Ele é só... Tão encantador com aqueles biscoitinhos de flores e braços fortes. Ele me faz ruborizar. 

Eu já havia ouvido, antes de ler o livro, coisas como "Oh, mas Jogos Vorazes é só o primeiro livro! É tão parado perto do restante da estória!". É claro que eu fiquei meio "Impossível!". Esta ideia foi alterada desde o primeiro momento! Desde que um chicote cortou as costas de alguém e a cerca elétrica foi ativada. 
Em Chamas faz com que você sinta um desejo incontrolável de conversar com alguém sobre isso. Você realmente não consegue parar!
Em Chamas também aborda planos extremamente inteligentes, e personagens mais inteligentes ainda. E eu sei que são muitas mortes, mas depois de um tempo você sente vontade de chorar por cada um deles.

A adaptação cinematográfica para o livro será lançada em Novembro (tão ansiosa!). Assim como durante a adaptação de Jogos Vorazes os diretores tem prometido algo bastante fiel - eu duvido muito disso, porque é tanto para se mostrar em um filme que as coisas parecem confusas. 
Eu devo saber que, assim como eu, uma série de pessoas esperam ansiosíssimas pelo filme. Mas, enquanto isso, contentemo-nos com o trailer, que já deu uma amostra do quão emocionante isso será. (Vocês também se sentem arrepiados durante a melodia cantada no final?).

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Importar-se

Importar-se 

Escrevo-lhes ao som de 12:51, The Strokes. Esta é uma daquelas canções que fazem com que tudo pareça melhor, e que lhe trazem várias lembranças - até mesmo lembranças do que nunca aconteceu, e você não sabe se acontecerá um dia. 
Há algum momento em que lemos certo texto, ou findamos certo livro, e pensamos em como a vida é bonita. Porém, há outro momento onde admiramos as fotos, os atos e as palavras da pessoa que gostaríamos de ser, e acabamos parecendo tão pequenos...

Meu processo de tornar alguém melhor não tem sido tão fácil. Eu tento não gritar ou jogar problemas por sobre as pessoas, eu posso jurar que tento. Mas tudo parece tão difícil depois de um tempo. Tão cansativo.
É difícil escrever sobre isso também. Muito. Eu não sei se isso acontece porque eu não sou do tipo de contar meus problemas pequenininhos. Digo, o problema de cada um sempre parece maior para aquele que precisa lidar com ele, mas eu tento fazer com que isso não aconteça.

O fato de sentir torna-se gigantescamente difícil depois de passar algum tempo em um hospital. Você está começando à sentir o desmoronamento e meio que pára para lembrar daquelas pessoas nas cadeiras, recebendo medicamentos com agulhas grandes, e de quando tudo era escuro e você mesmo passava por momentos realmente difíceis. 
Isso me tornou assim. Alguém aparentemente frio e que, também aparentemente, não parece se importar com os outros seres humanos. O que me faz preocupada é que tal coisa, talvez, bem lá no fundo, seja verdade. E ser uma pessoa fria foi algo que sempre me amedrontou, em todos os momentos.
Você senta no canto e observa a garota de 16 anos de idade, fechada para o resto do mundo, com seu coração em pedaços, sem que ninguém saiba disso. Desprezando e chutando tudo e todos que mostrarem um pontinho que seja de preocupação para com ela. E eu não quero ser esta garota.
Mas este medo não me impediu de ignorar aquela garota. De pensar que todo aquele sofrimento era insignificante. 
Por que tudo não é mais fácil? Por que eu não posso ser a pessoa que se sente preocupada com os sentimentos alheios? Eu não quero - e não posso - ser aquele que ignora, despreza e não se importa. Eu vou acabar machucando quem amo com isso.

Como estas pessoas legais conseguem ser tão calmas e serenas? Como voltar a me importar com, além dos sofrimentos físicos, os emocionais, e ainda deixar que meus próprios pensamentos aflorem? - pois se isso ocorrer de repente, será algo bastante ruim.
Enquanto não conseguimos, podemos pensar, juntos, que este é um período difícil. E períodos difíceis passam, cedo ou tarde.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Para Sempre Unidas

Para Sempre Unidas

Esta parece com uma daquelas noites onde eu ia para a sua casa. Nós nos divertíamos e dançávamos até muito tarde, e não deixávamos ninguém dormir até que alguém chamasse nossa atenção. 
Esta parece com uma daquelas noites onde você vinha para a minha casa. Nós assistíamos filmes assustadores e depois ficávamos com muito medo para caminhar até o interruptor e acender a lâmpada mais próxima. 

Esta parece com uma daquelas tardes onde nós chegávamos da escola e saíamos juntas. Pobres vizinhos, incomodados por campainhas que produziam sons sozinhas...
Parece com uma daquelas tardes onde nós nos fingíamos de espiãs e fazíamos inúmeros planos sobre o futuro, com nossas roupas muito bonitas e sapatos de salto que nem se encaixavam direito em nossos pés minúsculos (ainda acho que valeu muito à pena arriscar nossas vidas numa tentativa maluca de usar a maquiagem da sua tia!). 

Sinto saudades de acordar e, sem nem mesmo pentear os cabelos, correr para a sua casa, ou até mesmo acordar com você esperando na minha porta. 
E foi bom andar com nossas bicicletas até que a lua aparecesse no céu e os carros desaparecessem das ruas. Pobres mães, as nossas, que precisavam gritar nossos nomes tão alto para aparecermos em casa...

É incrível e maravilhoso saber que nossa amizade e todos os nossos momentos juntas não foram dissipados somente por uma coisa tão boba como a distância. E eu não sei como, mas hoje encontrei isto (preciso dizer mais alguma coisa?).
Que seu aniversário seja mágico e iluminado, e todos os anos que se seguem sempre superem os anteriores. Te amo muito, e sinto muitas saudades 

Dedicado à melhor amiga do mundo/universo, Rha, é claro. 

domingo, 12 de maio de 2013

O Melhor Dia

O Melhor Dia

Eu tenho cinco anos, está ficando frio e eu estou vestindo um casacão. Eu ouço sua risada, sorrio para você e corro, corro. Passo pelas abóboras e pelos tratores e, veja, o céu agora está dourado. Então eu abraço suas pernas e durmo durante todo o caminho até em casa. 
Eu não sei por que todas as árvores mudam no Outono, mas eu sei que você não tem medo de nada. Eu não sei se a casa da Branca De Neve fica perto ou longe daqui, mas eu sei que eu tive o melhor dia com você hoje.

Eu tenho treze anos agora e não sei como meus amigos podem ser tão maus. Eu chego em casa chorando e então você pega as chaves do carro e nós dirigimos até encontrarmos uma cidade longe o suficiente. Nós conversamos e olhamos as vitrines até que eu esquecesse de todos os nomes deles.
Eu não sei com quem vou conversar quando chegar na escola agora, mas eu sei que estou rindo muito no carro voltando para casa com você. Não sei quanto tempo demorará para ficar tudo bem, mas eu sei que eu tive o melhor dia com você hoje.

Eu tenho um excelente pai, e sua força está me fazendo mais forte. Deus sorri para meu irmão menor, que por dentro e por fora é melhor que eu. Eu cresci em uma linda casa onde havia espaço para correr, e eu tive os meus melhores dias com você. 
Há um vídeo que eu achei, de quando eu tinha três anos. Você montou um conjunto de pintura na cozinha e estava falando comigo. Esta é a idade de princesas, navios piratas e sete anões... Papai é esperto e você é a moça mais bonita de todo o mundo. 

Agora eu sei porque as árvores mudam no outono, e eu sei que você estava ao meu lado mesmo quando eu estive errada. Eu te amo por você me dar seus olhos, e por ter ficado lá atrás me vendo brilhar quando eu não sabia. Eu estou aproveitando esta chance para dizer que eu tive o meu melhor dia com você.

The Best Day, de Taylor Swift

A todas as mamães por este dia especial, até mesmo para aquelas que não estão mais aqui - eu sei que elas rogam por nós. Feliz dia das mães

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Um Triste Adeus

Um Triste Adeus

Some corredores estreitos a dezenas de jovens trajados como estudantes bruxos; assim estava o shopping naquele 14 de julho. Fazia frio, e um dos gigantescos relógios na parede apontou vinte e duas horas. Naquele momento, durante aquela curta badalada, os pequenos bruxos reviraram-se em seus assentos. Eles tinham algo esperando-os por trás daquelas portas. Os corredores, antes vazios e escuros, foram completos por magia e vestes compridas, vestes estas que acariciavam o soalho carinhosamente, como nunca antes. 

E lá estamos nós novamente, crianças acompanhadas pelos pais, esperando sem o mínimo de paciência adentrar aquela escura sala de cinema. Harry Potter e a Pedra Filosofal, diziam cartazes bonitos e coloridos, que naquele momento soltavam luzinhas pelo ar.

As fitas amarelas e vermelhas que antes continham todos aqueles jovens, agora pairavam, solitárias, pelo chão. A bilheteria abrira. Pela última vez. E aquela garota coberta por um fofo cachecol azul e prata derramava sua primeira lágrima. 

E lá estamos nós novamente, empunhando varinhas que pareciam gravetos sem valor diante dos olhos sem treino. Nossos pais riem e reviram os olhos. O que teria o bruxinho Harry de tão especial? E o cartaz que passara despercebido não brilhava, mas anunciava Harry Potter e a Câmara Secreta, com um basilisco e uma garota de cabelos cheios.

O cinema daquela pequena cidade nunca havia recebido tantos bruxos, e os flashes das câmeras faziam tudo parecer com um sonho. Quem diria que todos aqueles rostos corados e escondidos parcialmente por chapéus poderiam um dia permanecer tão estáticos? E como se estivessem realizando um íntimo ritual, os estudantes tomaram a bilheteria inteiramente para si.

E lá estamos nós novamente, conversando animadamente com todos os amigos que fizemos. E nossos pais passam a compreender a estória. E em um cartaz ainda maior que os anteriores, estava sendo anunciado Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. 

Todos empunhavam seus bilhetes, sentados organizadamente sobre o carpete, balbuciando tão baixo quanto possível. Os cachecóis e broches coloridos eram os únicos pontinhos de cor dentre as inúmeras capas pretas, e os bruxos, cada vez mais, ansiavam pelo momento em que adentrariam a sala escura de cinema. 

E lá estamos nós novamente, desta vez sozinhos. Temos onze anos de idade agora, e não sabemos o motivo que leva Aquele Que Não Deve Ser Nomeado a fazer tanta maldade. As coisas estão mais sombrias, e os inúmeros cartazes brilhantes e azulados estampam as paredes daquele pequeno shopping com Harry Potter e o Cálice De Fogo.

As últimas portas que distanciavam os espectadores da sala de cinema foram abertas, e os bilhetes eram carinhosamente carimbados por um homem de pelo menos 60 anos de idade, que não parecia se incomodar de estar ali naquele momento. O relógio eletrônico - agora mais distante e invisível aos olhos bruxos - apontou vinte e três horas. 

E lá estamos nós novamente, sentindo, pela primeira vez, receio pelo que estava por vir. As paredes estavam repletas de cartazes alaranjados que exibiam um grande e curioso pássaro, e as letras brilhantes anunciavam Harry Potter e a Ordem Da Fênix. Um casal de amigos segurava seu par de ingressos.

Agora os estudantes tomavam toda a saleta de cinema, ansiosíssimos. Como seria não repetir o mesmo feito no próximo ano? Como seria não ter algo pelo qual esperar? Eles não sabiam. Arrisco ao dizer que não havia nem mesmo espaço no interior daquelas mentezinhas apressadas para algo tão aparentemente insignificante como tal.

E lá estamos nós novamente, e não somos mais crianças. Estamos puxando nossas roupas e usando cachecóis que representam cada uma das quatro casas de Hogwarts. Curiosos sobre como seriam retratadas as memórias de Tom Riddle. Os cartazes agora são verdes, assim como todas as paredes do cinema, e eles possuem luzes piscantes e minúsculas, que formam as palavras Harry Potter e o Enigma Do Príncipe.

Os relógios de todos os cantos apontaram meia noite. E agora era 15 de julho. Um silêncio pleno e absoluto preencheu o ar, que prendeu e atrasou a respiração de cada ser diante da tela; tela, esta, que adquiriu cor. O silêncio liberado por ela pareceu ainda mais abrasador, e as luzes se apagaram. E o garoto que usava um broche da cor verde apertou a mão da garota que encontrava-se ao seu lado. Tudo parecia sombrio agora. Tão diferente das outras vezes...

E lá estamos nós novamente, com a sensação de que só haverá mais uma única vez depois desta. Estamos ansiosos pelos detalhes, e sedentos por mais. E há cartazes e cartões promocionais por toda a parte, que anunciam a primeira parte de Harry Potter e as Relíquias da Morte, e pela primeira vez foi possível avistar bruxinhos chorando pelas ruas, após o término do filme. 

Os créditos subiram como o final de um filme triste. E não foi fácil, não foi simples. Todos os bruxos, antes felizes e ansiosos, tinham lágrimas por sobre as bochechas, ainda mais coradas do que há algumas horas atrás. Ninguém podia se mover de forma alguma, mesmo depois de as luzes terem sido acesas. O primeiro traço de movimento foi percebido. E os olhos de todos os outros se abriram. Era a hora do adeus, e não havia ninguém para ampará-los além deles mesmos. 
E lá estamos nós novamente. Chorando como as crianças que um dia assistiram, encantadas, o filme sobre um bruxinho e seus dois singelos companheiros. Sobre uma escola de magia na qual todos gostariam de estudar. E magos, bruxos, lordes maus que provocavam arrepios... 

E quando os bruxos chegaram em casa naquela noite, foi o momento em que eles souberam. O momento em que eles se deram conta de que aquilo era o fim de uma década, mas o início de uma era. O momento em que eles se deram conta de que, enquanto seus corações estivessem batendo, e cada um dos sete livros estivesse em suas estantes, Hogwarts estaria lá para recebê-los. 

terça-feira, 7 de maio de 2013

Vermelho Ardente

Citações Favoritas: Red, de Taylor Swift

Taylor é minha cantora favorita do mundo. Além de feitos e atitudes fantásticas, Taylor consegue, ainda, ser uma compositora extraordinária (o que me leva a pensar que ela também seria uma ótima escritora - principalmente de romances - se quisesse). Seguem a baixo minhas citações favoritas, localizadas no Red (e Red Deluxe Edition) - último álbum lançado.

"Nós nos apaixonamos até doer, ou sangrar, ou passar com o tempo." (State Of Grace)
"Este é o estado da graça, uma briga pela qual vale à pena lutar. O amor é um jogo cruel, a não ser que você jogue bem e certo." (State Of Grace)

"Memorizá-lo foi tão fácil quanto saber todas as palavras de sua antiga música favorita." (Red)

"Eu sei que faz muito tempo, e que a magia não está mais aqui. E eu sei que eu deveria estar bem, mas eu não estou tão bem assim." (All Too Well)
"Eu esqueci de você o suficiente para esquecer do por que eu precisava fazê-lo." (All Too Well)
"Tão casualmente cruel em nome de ser honesto." (All Too Well)
"E o tempo não vai voar, pois eu fui paralisada por ele. E eu gostaria de ser meu 'velho eu' novamente, mas ainda estou tentando encontrá-lo." (All Too Well)
"Mas aqui estamos nós de novo, no tempo em que eu te amei tanto. Antes de você perder a única coisa real que já possuiu." (All Too Well)

"Estamos felizes, livres, confusos e sozinhos ao mesmo tempo. Isso é miserável e mágico." (22)

"Eu aposto que você pensa que eu segui em frente ou te odeio, porque todas as vezes em que você tenta não há resposta. Mas eu aposto que nunca te ocorreu que eu não posso dizer um 'olá' e arriscar um novo adeus." (I Almost Do)
"Nós fizemos uma bagunça, querido, e aposto que foi melhor deste jeito." (I Almost Do)

"Estou pedindo pela última vez. Coloque meu nome no topo de sua lista. Esta é a última vez que eu pergunto, pois você parte meu coração em um piscar de olhos." (The Last Time)
"Todas as vezes em que eu te deixei voltar, só para vê-lo partir novamente. Quando você voltar, eu vou desaparecer." (The Last Time)

"De volta a quando você se encaixava a meus poemas como uma rima perfeita." (Holy Ground)
"E querido, foi bom nunca olhar para baixo." (Holy Ground)
"Nós bloqueamos o barulho com o som de 'eu preciso de você', e pela primeira vez eu tinha algo a perder." (Holy Ground)
"Às vezes eu me pergunto sobre como você se sente sobre isso agora, e eu vejo seu rosto em cada multidão." (Holy Ground)
"Hoje à noite eu vou dançar por tudo o que nós passamos, mas eu não quero dançar se não for com você. Hoje à noite eu vou dançar como se você estivesse no quarto ao lado, mas eu não quero dançar se não for com você." (Holy Ground)

"Palavras, quão pouco elas significam quando ditas tarde demais." (Sad Beautiful Tragic)
"Boas garotas... Esperançosas elas serão e muito terão de esperar." (Sad Beautiful Tragic)
"O tempo está passando e te apagando suavemente. E você tem seus demônios, e todos eles se parecem comigo." (Sad Beautiful Tragic)
"Beije-me, tente consertar isto; você pode tentar apenas ouvir? Saia, desista da vida que nós não podemos recuperar." (Sad Beautiful Tragic)

"Mas você não se sente bonita, você se sente usada." (The Lucky One)

"Volte e diga-me por que eu sinto como se estivesse sentindo sua falta por todo este tempo." (Everything Has Changed)

"A noite em que entramos de penetra em uma festa, vestidos como uma duquesa e um príncipe." (Starlight)
"Ele disse 'Olhe para você, preocupando-se demais com as coisas que não pode mudar; você passará a vida toda cantando canções tristes se continuar pensando desta forma. Você não vê a luz das estrelas? Você não sonha sonhos impossíveis?'." (Starlight)

"Eu amo como você joga sua cabeça para trás quando ri, como uma criancinha. E eu acho estranho o fato de você me achar engraçada, porque ele não achava." (Begin Again)
"E eu tenho passado os últimos oito meses pensando que tudo o que o amor fazia era quebrar, queimar e terminar. Mas em uma Quarta-Feira, em um café, eu vi isso mudar." (Begin Again)
"Você disse que nunca havia conhecido uma garota com tantos CDs do James Taylor como você, mas eu tenho." (Begin Again)

"Eu estava lá com meu vestido de festa e batom vermelho, mas não havia ninguém para impressionar." (The Moment I Knew)
"As horas passam, e eu só quero ficar sozinha." (The Moment I Knew)
"O que você diz quando aquele que mais importa com você é aquele que não aparece?" (The Moment I Knew)

"É tão estranho o fato de eu não te conhecer inteiramente." (Come Back... Be Here)
"Um último beijo e você pegou seu voo. Bem quando eu estava prestes a me apaixonar." (Come Back... Be Here)
"A sensação de que você sabe tanto, sem saber absolutamente nada." (Come Back... Be Here)
"Se eu soubesse o que eu sei agora, eu jamais teria sido tão indiferente." (Come Back... Be Here)
"Taxis e ruas movimentadas que nunca te trazem de volta para mim." (Come Back... Be Here)
"Esta é a forma mais cruel de se apaixonar. Amar alguém que está há mundos de distância." (Come Back... Be Here)

E, se por acaso se perguntarem, minhas duas canções favoritas são All Too Well e Come Back... Be Here. Coincidentemente, as mais longas - e bonitas. 

domingo, 5 de maio de 2013

Nunca Ria De Dragões Vivos

Top 3: J. R. R. Tolkien

"É que da bem-aventurança e da alegria na vida há pouco a ser dito enquanto duram; assim como as obras belas e maravilhosas, enquanto perduram para que os olhos as contemplem, são registros de si mesmas; e somente quando correm perigo ou são destruídas é que se transformam em poesia."

Tolkien é um de meus escritores favoritos de todos os tempos, além de uma fonte de inspiração inesgotável. Isso porque, mesmo quando você pensar que sabe de tudo sobre ele, ainda há mais para ser explorado. O mesmo acontece com suas fantásticas obras - jamais incompletas, sempre um universo infinito. 
Seguem adiante meus livros preferidos, escritos pelo mestre, e meus devidos sentimentos sobre eles.

O Silmarillion: Tão brilhante como as próprias Silmarils (e se alguém te disser isso um dia, case-se com esta pessoa). Eu acho que o que me encanta no universo de Silmarillion é, assim como em todas as outras obras do mestre Tolkien, o universo e idiomas tão detalhados e brilhantes. Além disso, os trabalhos complementares que cercam o livro são gigantescos! 
É ótimo poder enxergar que, em meio a tantos escritores que buscavam (e continuam buscando) dinheiro, há alguém que escreve por nada além de prazer e contentamento pessoal. 

O Hobbit: Já pude mostrar, por meio de uma resenha, que O Hobbit é, para mim, uma das obras de fantasia mais incríveis já inventadas! Eu adoro os hobbits, adoro os elfos, e morro de medo do Sméagol (pobre Sméagol, não pediu para ser tão feiinho). 
Além disso, Gandalf é um de meus personagens favoritos do mundo, e sei que ele se sentiria magoado (dentro da minha cabeça) se não fosse citado por aqui.

O Retorno Do Rei: Supera todas as descrições. As palavras somem de minha boca só de pensar em dizer o quão incrível esta obra pode ser. O que me fez apaixonar pelo livro, é que ele mostra que a sabedoria, a união, a amizade e o respeito podem levar a uma glória épica e ao triunfo sem fim de seus seguidores. Tolkien se mostra ainda mais minucioso e detalhista, dando um final arrebatador para uma das trilogias mais incríveis já inventadas.

Ps:. achei que vocês deveriam gostar de saber que a casa de Tolkien é coberta por folhagens, o que a faz parecer muito com a toca de um Hobbit.
Ps:.. desculpem pelo excesso de palavras como fantástico, incrível e maravilhoso; isso é o que acontece quando se tenta falar de Tolkien!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Uma Garota Que Lê

Namore Uma Garota Que Lê

Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gostaria de ser a Alice.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, E. E. Cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade, mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem.
Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.
Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.
Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.