quarta-feira, 20 de março de 2013

Quem Mudou Foi Você

Resenha: Adaptação Cinematográfica de O Curioso Caso de Benjamin Button, de F. Scott Fitzgerald

"Estamos destinados a perder as pessoas que amamos. De que outra forma poderíamos saber sobre o quanto elas foram importantes?"

Este é um dos poucos filmes que fazem com que você sinta como se tudo fizesse sentido. Como se tudo, a todo o instante, ocorresse com algum objetivo - o que é reforçado por todos os seus maravilhosos personagens a cada segundo.

O Curioso Caso de Benjamin Button, ou originalmente The Curious Case of Benjamin Button é a adaptação cinematográfica de um livro com o mesmo nome, escrito por F. Scott Fitzgerald. 
Benjamin nasceu com a aparência de um homem idoso, e, diferente de qualquer coisa já vista, parece rejuvenescer com o tempo. O garoto foi abandonado pela mãe na porta de um asilo logo depois de nascer. Asilo onde cresceu e conheceu Daisy. Daisy, porém, não vê maneiras de os dois ficarem juntos, já que Benjamin aparenta ser seu avô.

O que eu mais gosto neste filme é que todos os personagens tem algo muito bonito à ensinar. Talvez porque a maioria deles é um pouco mais experiente.
Dentre todos eles, Benjamin é o meu favorito. Benjamin veio, ao longo dos anos passados entre pessoas mais velhas e, consequentemente, sábias, acumulando ensinamentos, memórias, amor (mesmo pelos que se foram) e muitas, muitas histórias para contar. 
Outros dois personagens que conseguiram prender minha atenção por certo tempo (foi difícil escolher, acreditem) foram Capitão Mike e uma das moradoras do asilo (Benjamin nunca descobriu seu nome) que empertigava-se como alguém que já havia sido uma artista de cinema, apenas para sentar-se na varanda. Esta senhora adorável fez uma de minhas citações favoritas durante todo o filme: "Estamos destinados a perder as pessoas que amamos. De que outra forma poderíamos saber sobre o quanto elas foram importantes?".

Eu não havia me interessado realmente pelo filme ao ler sua sinopse, mas, ao assisti-lo, o que descobri foi que não o enredo, mas o desfecho, é imensamente valioso. Como tudo ocorre de forma graciosa.
Pude observar, em certas resenhas, reclamações sobre o tempo de duração do filme (pouco mais de duas horas). Pessoalmente, não penso que isto seja um problema. Muito pelo contrário, já que, se certas cenas aparentemente insignificantes fossem cortadas, nenhum dos personagens de segundo plano seria tão cativante. 

Outra coisa bonitinha, que eu não acho que deva ser tratada como spoiler ou algo assim, é sobre outro morador do asilo. Em certos momentos do filme, este senhor simplesmente vira-se para Benjamin e diz: 
Eu já lhe contei que fui atingido por um raio sete vezes? Quando estava concertando o telhado.
Eu já lhe contei que fui atingido por um raio sete vezes? Quando dirigia minha caminhonete.
Eu já lhe contei que fui atingido por um raio sete vezes? Quando pegava minhas cartas. (...)
Inicialmente, pensei que esta fosse apenas uma pitada de humor em meio ao drama, mas, no fim do filme, este mesmo senhor vira-se para Benjamin novamente e diz que, depois de tanto tempo, ele não lembra de praticamente nada, e não ouve ou enxerga as coisas muito bem, mas que Deus sempre o faz lembrar de como tem sorte por estar vivo. 

São detalhes como estes que me fizeram gostar da adaptação de forma especial. O Curioso Caso de Benjamin Button está entre meus filmes favoritos, e penso que é uma obra interessantíssima para todas as idades.



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